O Corinthians entregou na manhã deste sábado (18), com 19 dias de atraso, o balanço financeiro referente ao exercício de 2024, o primeiro ano da gestão do presidente Augusto Melo.
Agora, a Comissão Fiscal do Conselho de Orientação (Cori) avaliará os números para que o Cori emita parecer ao Conselho Deliberativo, responsável por votar a aprovação do documento no próximo dia 28 — data limite para envio às autoridades federais.
O dado mais preocupante do relatório é o aumento da dívida bruta em R$ 598 milhões, que atingiu o recorde de R$ 2,568 bilhões. Esse salto sem precedentes pode motivar um novo pedido de impeachment contra Augusto Melo.
O clube também encerrou 2024 com um déficit de R$ 181,7 milhões, após três anos seguidos de superávit. Já o déficit líquido patrimonial chegou a R$ 425,2 milhões.
Por outro lado, a receita bruta atingiu R$ 1,115 bilhão, um crescimento em relação aos R$ 937 milhões informados no documento de 2023. Ainda assim, o aumento de receita é insuficiente diante do avanço expressivo das dívidas.
A situação financeira também coloca o Corinthians sob risco de exclusão do Profut — programa federal de refinanciamento de dívidas que exige limites de déficit em relação à receita anual.
Segundo a Lei do Profut, clubes não podem ultrapassar déficit superior a 5% da receita bruta do ano anterior (artigo 4) e, se ultrapassarem 20%, a gestão pode ser enquadrada como irregular ou temerária (artigo 25).
A exclusão do programa pode agravar ainda mais o cenário financeiro do clube e gerar forte impacto no mercado. A confirmação do risco depende da análise final dos órgãos fiscalizadores sobre o balanço apresentado.