Minerato afastada por fala supostamente racista

A Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania abriu um procedimento administrativo para apurar o vazamento de um áudio nas redes sociais com ataques racistas atribuídos à modelo Ana Paula Minerato. O processo foi instaurado nesta segunda-feira (25) pela Ouvidoria da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN), que notificará as partes envolvidas, garantindo o direito de apresentação de defesa preliminar.

Após a repercussão do caso, a Gaviões da Fiel desligou Ana Paula de todas as atividades da escola de samba da torcida organizada, enquanto a rádio Band FM, onde ela apresentava um programa diário desde 2018, anunciou sua demissão.

No áudio vazado, a modelo supostamente faz comentários depreciativos sobre a cantora Ananda, da banda Melanina Carioca, usando termos de cunho racista. A Secretaria da Justiça e Cidadania informou que o processo administrativo tem como base a Lei Estadual 14.187/2010, que prevê punições que vão de advertência a multa, com valores entre R$ 17.680,00 e R$ 106.080,00. Além disso, a Coordenadoria de Políticas para a População Negra está à disposição da vítima para oferecer acolhimento e orientação.

Dados da Secretaria apontam que, entre janeiro e outubro deste ano, foram registradas 279 denúncias de discriminação étnico-racial em São Paulo, um número menor que o mesmo período de 2023, quando foram contabilizadas 329 denúncias.

Em 2022, Ana Paula Minerato desfilou pela Gaviões da Fiel no Grupo Especial, com um samba-enredo que abordava a desigualdade social e a escravidão no Brasil. Na ocasião, a modelo vestiu uma fantasia com a palavra “Basta”, título do samba-enredo, que clamava por justiça social e igualdade.

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