O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) em junho para apurar o uso de cartões corporativos no Corinthians. Inicialmente, a investigação focava apenas nas gestões de Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio Monteiro Alves (2021 a 2023), mas, após depoimentos colhidos, também passou a incluir o mandato de Augusto Melo. São apurados possíveis crimes de apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.
No último dia 21 de agosto, o promotor Cássio Roberto Conserino solicitou ao Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça de São Paulo o afastamento dos três ex-presidentes — Augusto Melo, Duilio Monteiro Alves e Andrés Sanchez — dos Conselhos Deliberativo e de Orientação do clube. Até o momento, a Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido. Caso seja aceito, Andrés e Duilio ficariam impedidos de participar das reuniões dos colegiados, enquanto Augusto, já afastado politicamente após sofrer impeachment em julho, também poderia perder seus direitos como associado.
O caso ganhou repercussão em julho, quando Andrés admitiu ter usado o cartão para despesas pessoais em Tibau do Sul (RN), no fim de 2020. Ele devolveu o valor com juros e correção monetária, mas ainda responde a processo na Comissão de Ética e Disciplina. Já a gestão de Duilio também foi citada em supostos gastos irregulares, porém o ex-presidente contesta as cobranças e registrou notícia-crime sobre a circulação de documentos falsos. Augusto Melo, por sua vez, afirmou em nota que jamais utilizou o cartão corporativo e que recebe com “serenidade” a apuração do MP, por entender que a investigação comprovará sua conduta correta.