O Corinthians iniciou o domingo (31) com a revelação de uma negociação feita na gestão de Augusto Melo, em 2024. O clube vendeu, em agosto do ano passado, a fatia de 30% que ainda possuía dos direitos econômicos do atacante Pedro, de 19 anos, atualmente no Zenit, da Rússia.
O jogador pode ser transferido para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, em operação avaliada em 35 milhões de euros (cerca de R$ 222 milhões), e, com isso, o clube paulista deixará de receber aproximadamente R$ 66,6 milhões, valor que teria direito caso mantivesse a participação.
De acordo com informações apuradas pelo GE, o Corinthians recebeu 6,7 milhões de euros (cerca de R$ 39,1 milhões na época) pela negociação, quantia paga em quatro parcelas. Parte desse valor foi destinada à quitação de uma dívida de R$ 10,9 milhões com a Elenko Sports, empresa do agente Fernando Garcia, responsável pela carreira de Pedro. O balanço financeiro de 2024 já registrava o débito como liquidado.
Sem a porcentagem nos direitos do atacante, a única receita possível para o clube em uma futura venda será via mecanismo de solidariedade da Fifa, que garante 2,5% de transferências internacionais de atletas formados na base. Nesse cenário, o Corinthians teria direito a aproximadamente R$ 4 milhões.
O caso provocou reações de ex-dirigentes. Duilio Monteiro Alves, que presidiu o clube antes de Augusto Melo, criticou a negociação. “Recebi com enorme surpresa a notícia da venda dos 30% dos direitos econômicos do Pedro ao Zenit, por parte da gestão Augusto Melo. É simplesmente absurdo que uma negociação dessas tenha ocorrido sem qualquer anúncio da parte do clube”, declarou. Já Augusto Melo, destituído do cargo em 2024, respondeu em nota oficial: “As dívidas que o Sport Club Corinthians Paulista tinha com empresários de jogadores de futebol eram astronômicas. A gestão do presidente Augusto Melo fez o possível e o impossível para que pudesse arcar com esses valores, deixados por gestões anteriores”.