O empresário Will Dantas entrou com uma ação de execução contra o Corinthians nesta segunda-feira, cobrando R$ 18,8 milhões referentes à venda do meia Pedrinho para o Benfica, de Portugal, em 2020. A medida foi tomada após um histórico de repactuações e inadimplências, mas, segundo Dantas, ocorreu em comum acordo com o clube, que reconheceu a dívida em contrato na semana passada.
Will Dantas detinha 30% dos direitos econômicos de Pedrinho na época da transferência, realizada por 18 milhões de euros (cerca de R$ 117 milhões à época). Dessa quantia, ele teria direito a receber aproximadamente R$ 35 milhões.
Ao longo dos últimos anos, o Corinthians realizou diversos acordos para liquidar a dívida:
- Até dezembro de 2022: R$ 14,89 milhões pagos.
- Janeiro de 2023: Novo acordo assinado sob a gestão de Duílio Monteiro Alves, com saldo atualizado de R$ 18 milhões. Apenas R$ 3,3 milhões foram pagos até setembro de 2023.
- Março de 2024: Na gestão de Augusto Melo, o clube reconheceu um saldo devedor de R$ 17 milhões, mas não realizou novos pagamentos.
Com juros, multas e correções, o valor atualizado agora é de R$ 18,8 milhões.
Posição do empresário
Will Dantas esclareceu que a ação judicial foi incentivada pelo próprio presidente Augusto Melo:
“O próprio Augusto pediu para entrar com o processo. Ele disse: ‘Não adianta ficar repactuando. Entra com a ação, você vai para a RCE (Regime Centralizado de Execuções) e aí recebe.'”
O empresário destacou que não busca prejudicar o clube e que o processo judicial foi uma forma de garantir o recebimento da dívida.
Medida adotada pelo clube
O Corinthians tem utilizado o Regime Centralizado de Execuções (RCE) como estratégia para organizar o pagamento de suas dívidas. O RCE impede bloqueios judiciais e estabelece um plano de pagamento para credores cíveis, algo que também foi feito com o empresário Giuliano Bertolucci, que tem R$ 78 milhões a receber do clube.
Impactos para o clube
A dívida com Will Dantas soma-se ao já delicado cenário financeiro do Corinthians, que busca equilibrar suas contas enquanto enfrenta desafios administrativos e esportivos. A postura de alinhamento com credores reflete uma tentativa de evitar maiores prejuízos e preservar a imagem do clube diante de seus parceiros e torcedores.
Essa ação reforça a necessidade de maior rigor na gestão financeira do Corinthians, que precisa encontrar meios de honrar seus compromissos e evitar situações que comprometam sua credibilidade e estabilidade.