Ramiro e empresário cobram fortuna

A dívida do Corinthians com o empresário Giuliano Bertolucci pela contratação do meio-campista Ramiro atingiu a marca de R$ 42 milhões, representando mais da metade do valor total que o agente cobra do clube na Justiça. A situação financeira do Timão continua delicada, com pendências acumuladas e juros elevando significativamente os montantes devidos.

Ramiro foi contratado pelo Corinthians no início de 2019, durante a gestão de Andrés Sanchez, em um acordo que, à primeira vista, parecia vantajoso para o clube, pois não envolvia custos diretos de transferência. No entanto, o contrato estabelecia que, caso o jogador recebesse uma proposta de pelo menos 3 milhões de euros (R$ 12,7 milhões na época) a partir de janeiro de 2020, o Corinthians teria duas opções: igualar a oferta e adquirir 70% dos direitos econômicos do atleta ou liberá-lo sem compensação financeira, eximindo-se de qualquer pagamento futuro.

O clube optou por adquirir os direitos do jogador, mas não conseguiu cumprir com os pagamentos estipulados. Inicialmente, a dívida girava em torno de R$ 13 milhões, mas, com juros e correções, saltou para R$ 42,2 milhões. Durante um período, o Corinthians conseguiu amortizar R$ 6 milhões desse valor, mas a crise financeira e a falta de recursos impediram a quitação completa do débito.

Em nota oficial, Andrés Sanchez justificou a inadimplência alegando que a pandemia de covid-19 afetou drasticamente as receitas do clube, prejudicando sua capacidade de honrar compromissos financeiros. Ele ainda defendeu a contratação de Ramiro como uma “oportunidade de aquisição a custo zero de um atleta convocado para a Seleção Brasileira”.

Ramiro atuou em duas passagens pelo Corinthians, disputando 120 partidas, sendo 82 como titular, e marcando seis gols. Seu contrato se encerrou ao final de 2022, sem que o clube conseguisse resolver a pendência financeira com Bertolucci.

A situação do Corinthians é ainda mais crítica quando se observa o panorama geral de sua dívida, que já ultrapassa R$ 2,4 bilhões, considerando os valores referentes à Neo Química Arena. Para tentar reorganizar sua estrutura financeira, o clube aderiu ao Regime Centralizado de Execuções (RCE), um mecanismo jurídico para priorizar e organizar pagamentos a credores. Ainda assim, o Timão enfrenta bloqueios na Justiça, como o recente caso envolvendo o empresário André Cury, que impediu a diretoria de pagar os salários do elenco e da comissão técnica.

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