Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, intermediário do contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet, prestou depoimento nesta terça-feira (25), em São Paulo (SP).
Ele afirmou aos investigadores que não cobrou por intermediar o acordo entre o clube e a empresa.
De acordo com fontes policiais, Cassundé revelou que conheceu a VaideBet através de uma pergunta feita ao ChatGPT, uma ferramenta de inteligência artificial: “dicas de como encontrar uma empresa de bet”.
A partir da resposta, encontrou o contato do sócio da empresa e apresentou a possibilidade de negócio com o Corinthians.
Cassundé alegou que, ao ser questionado pela empresa sobre contatos no clube, procurou o superintendente de marketing do Corinthians, Sérgio Moura, que lhe forneceu o contato de Marcelo Mariano, diretor administrativo do clube.
O sócio da Rede Social Media Design afirmou que soube de sua participação como intermediário do contrato somente em janeiro, com a assinatura do compromisso, sem envolvimento direto na operação do maior patrocínio da história do futebol brasileiro. Ele garante não ter exigido qualquer comissão ao trocar os contatos.
– Houve uma fase em que foi necessária a intermediação e ele foi chamado para isso. Ele participou da busca pelo patrocínio e foi chamado para a intermediação. Inicialmente, não seria necessário, mas houve a necessidade de regularizar – disse Cláudio Salgado, advogado de Cassundé.
Cassundé declarou ter trabalhado “voluntariamente” na campanha de Augusto Melo.
Sobre os repasses à Neoway, que totalizam mais de R$ 1 milhão dos R$ 1,4 milhão recebidos pela intermediação, Cassundé afirmou que se tratava de outro negócio no campo da “telemedicina” e se disse vítima de um golpe.
Apesar de se sentir lesado, Cassundé não registrou um Boletim de Ocorrência e afirmou que as conversas sobre esta operação foram “apagadas” do telefone.
Segundo o advogado, os investigadores não perguntaram a Cassundé sobre os prints que circulam desde a semana passada. Nas imagens de um aplicativo de mensagens, ele conversa com alguém que indica a Neoway para receber R$ 580 mil.
Entre os prints entregues à polícia, um dos contatos supostamente conversando com Cassundé é identificado como “Chefe Presidente”. O ge tentou contato com o número indicado, mas ninguém atendeu. O número está vinculado a uma loja online de biquínis – “Mar Virado Biquinis” – cuja proprietária é Victoria Pereira de Melo, filha de Augusto Melo.
A VaideBet e Corinthians romperam o contrato em 7 de junho, cinco meses após celebrarem o maior acordo de patrocínio do futebol brasileiro. A crise começou em 27 de maio, quando a patrocinadora máster notificou o clube extrajudicialmente pedindo esclarecimentos sobre notícias de um possível repasse de comissão do intermediário para um “laranja”.
O contrato previa R$ 370 milhões ao clube e era válido até o final de 2026.
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