Nota de esclarecimento e repúdio aos atos levianos da gestão Augusto Melo

Infelizmente, me sinto obrigado a esclarecer e relatar mais um ato de irresponsabilidade e leviandade do presidente do Corinthians, Augusto Melo.

Tive conhecimento de que ontem, em reunião com torcedores e sócios, Augusto afirmou que eu saí do clube quinta-feira (10), após reunião com ele e demais membros da sua diretoria, com medo de ser preso por conta de rombos nas contas da gestão passada.

Augusto, além de um grande mentiroso, deveria ao menos se envergonhar perante sua equipe, que presenciou a reunião.
Hoje entendo que tentaram me colocar numa armadilha.

Na sexta-feira, 04/abril, o atual Diretor Financeiro, Pedro Silveira, em um café solicitado no dia anterior, me informou que haviam identificado contingências passadas que poderiam afetar as demonstrações financeiras de 2023 e que estavam estudando a possibilidade de reabrir essas demonstrações. De toda forma, as contingências ainda estavam em análise.

Afirmei que achava muito pouco provável haver algo que tecnicamente pudesse afetar as contas de 2023, uma vez que já tinham passado pela auditoria da RSM e pelo Conselho Fiscal, mas que estaria disponível para analisar em conjunto, caso fosse do interesse da atual diretoria.

Depois da nota oficial do clube contra o CORI, publicada na última sexta-feira à noite — em que também mencionaram a possibilidade de ajustes por contingências —, mais uma vez me coloquei à disposição (e praticamente pedi) para colaborar e revisar os temas relacionados.

O atual Diretor Financeiro concordou em fazer uma reunião comigo na quinta-feira desta semana. Claro que, não por coincidência, um dia antes, fui abordado pela reportagem do GE e avisado de que uma matéria seria publicada na manhã de quinta (justamente o dia da reunião no clube) informando que o clube estaria apurando um possível ajuste milionário nas contas anteriores a 2024. E assim foi feito. Na ocasião, respondi ao jornalista que eu não possuia detalhes para comentar e cheguei a pedir, em vão, que a matéria não fosse publicada antes de termos acesso aos fatos.

Finalmente, na reunião de quinta-feira, na presença do Presidente Augusto, do Diretor Pedro Silveira, de dois membros da Alvarez & Marsal, do Superintendente Financeiro, Seedorf, do atual contador do clube, de um membro do Conselho Fiscal e de um consultor financeiro, me mostraram alguns temas de contingências passadas, mas sem detalhes. Somente depois de insistir em obter mais informações — já que estava justamente no clube para isso — me disseram que no dia seguinte (sexta-feira, ontem) poderiam apresentar os detalhes. Eu não tinha disponibilidade para voltar ao clube, mas o Roberto Gavioli, Superintendente Financeiro da minha gestão, gentilmente se prontificou a ir no meu lugar.

Infelizmente, a reunião feita ontem, sexta, por Gavioli também não pôde ser em nada conclusiva. Apesar de terem exigido que ele assinasse um NDA (Non-Disclosure Agreement), foram apresentados apenas relatórios não oficiais (!!!!), planilhas supostamente demonstrando os alegados ajustes, e análises paralelas, insuficientes para qualquer entendimento completo. Não houve contestação efetiva, diagnósticos objetivos, documentos oficiais comprobatórios ou apresentação dos argumentos citados, apesar da nossa insistência a este acesso.

É lamentável perceber que o objetivo da atual diretoria, nesses episódios comigo, era apenas se proteger politicamente e justificar uma provável reprovação das contas de 2024.

Não vou admitir, e irei até as últimas consequências possíveis, se esta diretoria, de forma arbitrária, tentar reabrir as demonstrações financeiras de 2023 — que foram auditadas pela RSM (empresa séria e de grande porte), validadas pelo Conselho Fiscal atual, aprovadas por unanimidade pelo CORI e por ampla maioria no Conselho Deliberativo.

É claro que as contas de 2023 estavam sob minha gestão, mas muito importante deixar registrado e de forma transparente que o fechamento desse balanço se deu em abril de 2024, quando a gestão já era de Augusto Melo. Ou seja, se algo de fato estivesse errado no balanço de 2023, já teria sido detectado pela atual administração, até porque os profissionais que estavam a frente da Diretoria Financeira, ao menos até o mês de maio de 2024 e pediram desligamento posteriormente por motivos que todos nós sabemos, tinham capacidade para detectar qualquer erro passado.

Claramente, depois de descumprir prazos acordados com Conselho Fiscal e CORI para apresentação das demonstrações auditadas de 2024, a atual gestão tenta criar factoides para tentar encobrir o aumento astronômico do endividamento e seu completo descontrole das contas e de sua demonstração.

É decepcionante ver o Corinthians sendo administrado por incompetentes, irresponsáveis e levianos.

Pensei que ainda pudesse ajudar a esclarecer dúvidas e colaborar no fechamento do balanço de 2024, mas a agenda da atual diretoria é outra. Que, a partir de agora, fechem as demonstrações financeiras e tentem as aprovações da auditoria externa, do Conselho Fiscal, do CORI e do Conselho Deliberativo.

Sem mais,
Wesley Melo

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