Para Márcio Bittencourt, Raniele não pode jogar de zagueiro

O ídolo corinthiano Márcio Bittencourt se destacou na campanha do Brasileiro de 1990, quanto o Timão derrotou o São Paulo nas duas finais. Era a proteção da defesa e escudo para Neto e cia brilharem na inédita conquista nacional até então.

Conhecedor da função de primeiro volante, Márcio não está gostando nada das aventuras de Raniele na zaga nos últimos jogos.

Quando o Corinthians precisa de gol, não é difícil ver António Oliveira tirando Gustavo Henrique para colocar um meia e mandando o camisa 14 pra compor ao lado de Felix Torres.

”Eu acho o Raniele um belo jogador, só não gosto quando o próprio treinador põe ele de zagueiro. Ele tem todas as características de ser o primeiro volante, e aí você traz o cara para trás, como o líbero? Fica meio complicado. O volante não gosta de jogar de zagueiro, nenhum deles, por incrível que pareça, ele joga de lateral, mas não gosta de jogar de zagueiro. Eu gosto dele como volante raiz”.

Márcio Bittencourt acredita que a posição de volante de verdade é cada vez mais difícil de achar, não só no Brasil mas no mundo todo. Na visão dele, o mercado está escasso, por isso o Corinthians e seu treinador devem trabalhar bem peças como ele.

”Até na Seleção Brasileira nós não temos um volante assim, cabeça de área, bom marcador… Tivemos lá atrás Dunga, Mauro Silva e vários outros, não vou lembrar aqui todos, mas esses eram os grandes volantes, assim, da minha geração, né?. Eu fui um volante muito mais marcador do que um jogador que chegava à frente. Porém, depois de mim, vieram vários outros jogadores. Uns até eu tive o privilégio de trabalhar, como o Ralf”.

Foto: Agência Corinthians

O ex-volante cria do Terrão se aposentou aos 32 anos por uma grave lesão e disputou 271 jogos pelo Timão. Como treinador do Corinthians, Márcio somou 29 jogos, com 17 vitórias (58,6%), seis empates (20,7%) e seis derrotas (20,7%) na temporada 2005. No final daquele mesmo ano, deu lugar a Antônio Lopes no cargo de treinador. A equipe bateu campeã!

E voltando a falar de António Oliveira, Márcio espera que o treinador tenha mais tempo no cargo para arrumar a equipe. O Timão ficou de fora das finais do Paulista, mas segue vivo na Copa do Brasil. Na estreia do Brasileirão, um empate sem gols contra o Atlético Mineiro por 0 a 0 em casa.

”Com todo o respeito do mundo, o português chegou agora, tem que se dar um tempo para ele trabalhar. Nós temos grandes jogadores, mas tem que fazer uma grande equipe. O Corinthians necessita de uma grande equipe. A gente está sofrendo um pouquinho, mas eu ainda sou aquele cara otimista. Eu ainda acho que ele vai acertar e nós vamos ter um grande time. Para fazer um Campeonato Brasileiro forte. E com todo o respeito aos outros clubes, o Corinthians nunca deve sair do topo”.

Uma curiosidade. O nome dele é Henrymárcio Bittencourt. O ex-treinador nasceu em São José dos Campos em 19 de outubro de 1964 e hoje trabalha no departamento cultural do Corinthians.

Texto: Flávio Perez, editor do site Alambrado Alvinegro

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