O presidente do Corinthians, Augusto Melo, enfrenta um processo de impeachment e sofreu um revés judicial nesta quinta-feira, quando o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou que o Conselho Deliberativo do clube retome a votação sobre sua destituição.
A decisão foi tomada pelos desembargadores Salles Rossi, Benedito Antonio Okun e Clara Maria Araújo Xavier, que negaram a liminar anteriormente obtida por Melo para suspender a reunião do Conselho.
Apesar da autorização judicial, a expectativa é que o processo só volte à pauta do Conselho em 2025, segundo Romeu Tuma Júnior, presidente do órgão. Em declaração, Tuma afirmou que agirá com “calma e serenidade” e destacou que a decisão judicial desqualifica alegações de que o impeachment seria um “golpe político.”
Motivos do Impeachment
O processo contra Augusto Melo é baseado em dois pedidos diferentes. O primeiro se apoia em um relatório do Conselho de Orientação (CORI) que apontou gestão temerária. Já o segundo acusa irregularidades relacionadas ao contrato com a empresa de apostas VaideBet, atualmente sob investigação da Polícia Civil. Os signatários do pedido alegam que a atuação e omissão do presidente prejudicaram a imagem do clube, infringindo o estatuto do Corinthians e a Lei Geral do Esporte.
Conforme o estatuto do clube, motivos para destituição incluem:
- Crime infamante com trânsito em julgado;
- Prejuízo ao patrimônio ou imagem do clube;
- Não aprovação das contas da gestão;
- Violação de normas estatutárias;
- Gestão irregular ou temerária.
Próximos Passos
Embora o processo tenha fundamentos jurídicos, o impeachment no Corinthians é essencialmente uma questão política. O Conselho Deliberativo terá a palavra final sobre a continuidade ou destituição de Augusto Melo da presidência.
O caso também envolve a investigação de contratos que, segundo os opositores de Melo, colocaram a reputação do clube em risco. A situação ainda está em andamento, com desdobramentos esperados ao longo do próximo ano.
