O Corinthians enfrenta um cenário financeiro delicado em 2024, projetando um gasto de R$ 300 milhões apenas com o pagamento de juros de suas dívidas, o que representa mais de 25% da receita esperada para o ano, estimada em R$ 935 milhões.
Este custo elevado impacta diretamente a capacidade do clube de investir em sua estrutura e no elenco de futebol, além de dificultar a gestão do fluxo de caixa.
Grande parte desses gastos é resultado do financiamento da Neo Química Arena, que consome R$ 59,4 milhões em juros. Além disso, o Corinthians está pagando aproximadamente R$ 200 milhões referentes aos juros acumulados entre 2023 e 2024, conforme um acordo com o banco responsável pelo financiamento. A soma desses compromissos financeiros tem sido um dos principais desafios da gestão de Augusto Melo, que assumiu a presidência com o objetivo de reorganizar as finanças do clube.
Até agosto de 2024, o clube já havia desembolsado cerca de R$ 199 milhões em juros. Além do pagamento relacionado à Arena, outros custos significativos incluem dívidas com bancos (R$ 29,5 milhões), agentes e fornecedores (R$ 30,5 milhões), impostos (R$ 63,4 milhões) e variação cambial (R$ 13,9 milhões). Em 2023, os gastos com juros somaram R$ 225 milhões, o que impactou o EBITDA, reduzindo a capacidade de o clube gerar caixa.
A dívida total do Corinthians foi atualizada em setembro pelo diretor financeiro Pedro Silveira, alcançando R$ 2,3 bilhões—um aumento de R$ 200 milhões desde o início de 2024. Apesar do alto custo dos juros, o clube prevê um superávit de R$ 17,6 milhões, uma meta desafiadora considerando o contexto de endividamento e as dificuldades em cumprir os compromissos financeiros.
O presidente Augusto Melo tem ressaltado os esforços da diretoria para renegociar as dívidas e aliviar os bloqueios de contas, que limitam o funcionamento do clube no dia a dia. Ele também tem destacado que as gestões passadas são responsáveis por parte da situação financeira atual. Em paralelo, problemas como o atraso no pagamento de uma parcela pela compra do volante Raniele, que gerou críticas do presidente do Cuiabá, evidenciam as dificuldades que o clube ainda enfrenta na regularização de suas obrigações.