Polícia Civil de São Paulo investiga Corinthians por intermediação no contrato com VaideBet
A Polícia Civil de São Paulo está cobrando o Corinthians a respeito do recebimento de R$ 56 milhões de empresas que teriam atuado como intermediárias no contrato de patrocínio com a empresa VaideBet, ex-patrocinadora máster do clube. O clube foi citado em um ofício emitido na última quarta-feira pelas autoridades.
A investigação foca nas transferências feitas pelas empresas Otsafe-Intermediação de Negócios e Pagfast EFX Facilitadora de Pagamentos, cujos CNPJs estão sob análise. Segundo o contrato de patrocínio, essas empresas não estavam autorizadas a intermediar os pagamentos entre VaideBet e Corinthians.
A informação foi inicialmente divulgada pelo ge.
O ofício foi assinado pelo delegado Tiago Fernando Correia, da Delegacia de Crimes Financeiros do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), que lidera o caso.
Em resposta à imprensa, o Corinthians declarou: “O Sport Club Corinthians Paulista não vai se manifestar sobre o inquérito em andamento para não atrapalhar as investigações, que estão sob sigilo. O clube reforça que é vítima no caso e é o maior interessado na solução do inquérito.”
O caso VaideBet
As investigações começaram no final de maio de 2024, após uma denúncia do jornalista Juca Kfouri, que associou o patrocínio do Corinthians à VaideBet a um esquema de laranjas. A transação financeira envolvendo a Rede Social Media Design Ltda levantou suspeitas, com um pagamento de R$ 700 mil realizado em março de 2024. Pouco tempo depois, essa quantia foi repassada para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda.
A Rede Social foi responsável pela intermediação do contrato com a VaideBet e pertence a Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que atuou na campanha eleitoral do atual presidente do Corinthians, Augusto Melo, em 2023. Cassundé, em depoimento à polícia, negou ter cobrado para intermediar o patrocínio.
A Neoway, supostamente sócia de Edna Oliveira dos Santos, residente de Peruíbe, é investigada devido a sua sede na Avenida Paulista, onde funcionários do local afirmam nunca ter tido contato com ninguém vinculado à empresa.
Além disso, ex-dirigentes do clube, como o diretor administrativo Marcelo Mariano, e o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura, ainda devem ser ouvidos pela polícia. Moura, que liderou o marketing do clube até maio, pediu afastamento pouco antes da rescisão do contrato com a VaideBet, que optou por encerrar a parceria com o Corinthians em junho. Desde então, o clube tem a Esportes da Sorte como patrocinadora máster.
As investigações seguem em andamento e outras testemunhas deverão prestar depoimento nas próximas semanas.